20 de agosto de 2025
Saúde em Foco

Estresse e Câncer: como a saúde mental influencia no desenvolvimento e tratamento de doenças físicas

Segundo o psiquiatra Dr. Luan Arnon, docente do Centro Universitário Uninovafapi Afya, é impossível pensar em saúde apenas pelo viés físico.

A relação entre corpo e mente já foi vista como um campo de especulação, mas hoje é reconhecida como um dos pilares fundamentais da medicina moderna. Estudos científicos robustos têm mostrado que o estado emocional e psicológico de uma pessoa pode influenciar significativamente sua saúde física — inclusive no desenvolvimento e na resposta ao tratamento de doenças complexas, como o câncer.

Segundo o psiquiatra Dr. Luan Arnon, docente do Centro Universitário Uninovafapi Afya, é impossível pensar em saúde apenas pelo viés físico. “Antigamente se falava muito da separação entre corpo e mente. Hoje, a ciência já reconhece que ambos estão conectados e um influencia diretamente o outro”, destaca.

O modelo biopsicossocial e o papel da mente no adoecimento

O modelo mais aceito atualmente para compreender o processo de saúde e doença é o chamado modelo biopsicossocial. Nele, corpo, mente e ambiente são vistos como fatores interligados que influenciam tanto no surgimento quanto no agravamento de patologias.

“Mesmo doenças que possuem forte influência genética, como o câncer, também sofrem impacto do estado emocional do paciente. Isso não significa que um transtorno mental irá causar câncer, mas ele pode aumentar a predisposição, já que afeta diretamente o sistema imunológico e a saúde como um todo”, explica Dr. Luan.

Em outras palavras, transtornos mentais como ansiedade crônica e depressão não são fatores determinantes, mas sim fatores de risco que elevam a chance de desenvolvimento de doenças físicas ao comprometer, por exemplo, o sistema imunológico, cardiovascular e endocrinológico.

Saúde mental e tratamento do câncer

Além da prevenção, o equilíbrio psíquico também tem um papel decisivo no tratamento e na recuperação de pacientes com câncer. “Pacientes com a saúde mental em dia têm mais chances de uma recuperação plena e rápida, em comparação com aqueles que enfrentam quadros graves de depressão, por exemplo”, afirma.

Isso se dá por dois motivos principais, o primeiro é que a pessoa com sofrimento psíquico intenso tem menos capacidade de seguir o tratamento corretamente, o segundo motivo é que as doenças mentais afetam sistemas fisiológicos que interferem diretamente na evolução de doenças físicas, podendo dificultar o controle e a recuperação.

Não por acaso, os grandes centros médicos e hospitais de alta complexidade já adotam equipes multidisciplinares que incluem psiquiatras e psicólogos no cuidado de pacientes com câncer e outras doenças graves. A saúde mental, nesses casos, é vista como uma aliada fundamental na resposta ao tratamento.

A fala do Dr. Luan Arnon reforça a necessidade de romper paradigmas e reconhecer que “cuidar da mente é cuidar do corpo”. Em tempos de rotina acelerada, estresse e adoecimento crescente, promover a saúde mental deve ser uma prioridade tanto na prevenção quanto no enfrentamento de doenças graves.

A medicina do futuro e já do presente é aquela que entende o ser humano em sua totalidade: físico, emocional, social e espiritual.

0 Comentários

Dê sua opinião: